29 de jan. de 2013

29 de Janeiro: Dia Nacional da Visibilidade Trans*




Hoje, dia 29 de Janeiro, Dia Nacional de Visibilidade Trans, o Grupo de Diversidade Sexual Primavera nos Dentes vem à publico demarcar a importância da luta trans*. Ser trans* é quebrar o binarismo do ser masculino ou ser feminino, dissolver fronteiras, abrir um leque de identidades de gênero e revelar que essas formas de existir são muitas e possíveis na nossa sociedade.  As questões em torno das identidades trans* têm se tornado, cada dia mais, objeto de debate, estudo e formulação entre a comunidade acadêmica e movimentos sociais contra as opressões. A transexualidade masculina, por exemplo, que se configura como um tema invisibilizado e muitas vezes nem sequer mencionado, ganhou espaço no ano de 2012, sendo criada neste mesmo ano a Associação Brasileira de Homens Trans (ABHT).
Entretanto, essa crescente inserção do tema na militância e na academia não tem sido suficiente para garantir a essa população os direitos básicos, como o acesso à educação e à saúde. Isso porque os corpos que desviam da norma de sexo e gênero não possuem reconhecimento enquanto sujeitos perante o Estado e instituições. As/os profissionais da saúde não estão preparadas/os para atender adequadamente as pessoas trans*, porque essas são tidas como “anormais”.
A noção de “anormalidade” e “desvio” acaba por gerar o preconceito e a exclusão desses sujeitos. A não utilização do nome social nas salas de aula e a privação de utilizar o banheiro que corresponde a seu gênero são exemplos dos constrangimentos sofridos por pessoas trans* nas escolas, isso sem contar os olhares discriminatórios, piadas e muitas outras situações vexatórias vivenciadas cotidianamente.
Todos esses estigmas e a demarcação do normal e do anormal são legitimados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que trata essas identidades como “disforia de gênero” e “transtorno de identidade de gênero”. Isso porque os discursos médicos são historicamente responsáveis pela criação de “verdades” científicas que ordenam o mundo e justificam uma série de opressões.
Ao contrário do que o discurso psiquiátrico impõe, sexo biológico, identidade de gênero e desejo sexual são aspectos independentes e indissociáveis na vida de um sujeito. O órgão genital não define a expressão do gênero e, da mesma forma, o gênero não determina o desejo sexual. E é por acreditar nisso que lutamos pela despatologização das identidades trans!

Para mais informações sobre o termo Trans* veja a explicação em http://transfeminismo.com/trans-umbrella-term/
Grupo de diversidade sexual Primavera nos Dentes